quinta-feira, 15 de abril de 2010
Nunca vou esquecer
Em breve estaremos a comemorar os 36 anos do golpe militar do 25 Abril (revolução dos cravos), contra ditadura fascista de Salazar e Caetano e seus correligionários, alguns ainda existentes em Portugal.
No dia do golpe militar, encontrava-me a gozar férias em Viseu para depois ingressar na tropa (todos os jovens eram obrigados a cumprir o serviço militar) sabendo que era um golpe militar, fiquei com muitas dúvidas, mas logo eu e outros amigos (foi uma época muito impetuosa em que os meus pais amargaram muito, principalmente a minha falecida mãe, que aqui presto a minha sentida homenagem) organizamo-nos para denunciar os PIDES e delatores, que alguns de nós conhecíamos (ainda temos muitos salazaristas, hora vejamos, em 1974 “A Comissão da Extinção da PIDE e da Legião Portuguesa dá a conhecer o poder da máquina repressiva da Ditadura 2162 funcionários, cerca de 20 000 informadores, 80 000 legionários com 600 informadores e 200 elementos da Força de Automóvel de Choque”), vim depois para Lisboa.
Ainda hoje recordo, uma imensa multidão dirigiu-se para o quartel do Carmo onde se encontrava Marcelo Caetano e alguns dos seus ministros (aguardo da GNR), para que ele fosse preso e julgado, mas nunca aconteceu. Porquê. Porque, as forças militares presidida pelo general Spínola, não teria interesse, como mais tarde se veio verificar “golpe spínolista”, de qualquer forma, valeu a pena ter havido o golpe militar, uma vez mais agradeço a todo os militares por nós terem proporcionando de lutar pela liberdade e a democracia e libertação dos Africanos.
Quando regressei Tancos, a Forca Área eu e outros camaradas estávamos mobilizados, para Moçambique, na altura era (só podia ser) para defender interesses económicos (Espírito Santo, Fonseca e Burnay, Mellos, Champalimaud, Quina, Feteira-Bordalo, Vinhas, Abecassis, Sousa Lara, Mota Veiga, Mota & Irmão, Herdeiros de Mário Cunha, Mesquitela, Cardiga,Jardim,etc etc.) existindo até 1974, não aconteceu porque houve um Movimento organizado pelo MRPP impediu o embarque de tropas para África e defendeu de imediato a independência, mas ouve logo outro movimento (colonialista) em Moçambique que se opunha à independência, foi a partir daqui que me envolvi ainda mais na politica, porque contestei que Junta de Salvação Nacional, tenha nomeado para a presidente da Republica o general Spínola.
Caros leitores ainda há muita coisa para contar, mas isso fica para os netos, e historiadores. A moralidade do período do COPCON/SUB, em que eu e outros militares, fomos enclausurados (encontrava-me na Base do Montijo) antes do 25 de Novembro para prepararem o golpe, que foi neutralizado.
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