terça-feira, 31 de agosto de 2010

O que é feito do meu amigo



Não sei se tem algum interesse para os meus amigos leitores, como tenho tido acerca de um ano a maior disponibilidade de sempre da minha vida. Frequentemente vêem-me à memória situações passadas da minha adolescência.

Recordo-me que tinha vários amigos na Escola de Santa Quitéria, mas em certa altura fiquei mais amigo de um colega que a maior parte das vezes se encontrava sozinho a brincar com os seus berlindes e se isolava do grupo e não jogava à bola, eu nessa altura não compreendia, visto que era a brincadeira preferida de todos os miúdos.

Este meu amigo quando íamos brincar para a Quinta da Rosa, pedia-me sempre para ir buscar a bola para podermos dar uns toque, esta era a forma que ainda me recordo, mas a maior parte das vezes era jogar ao berlinde. Mais tarde apercebi-me que o meu amigo tinha uma deficiência na vista, mas nunca perguntei o que era. Quando um dia ele me disse que tinha tido um acidente e que espetou um pau quando era muito pequenino num das vistas. Perguntei-lhe porque não mexes o olho? Respondeu-me que não podia porque tinha um olho de vidro, não queria acreditar como era possível esses anos todos sem me ter apercebido. A partir daí ficamos com um segredo que até hoje nunca ninguém soube. Quando terminámos a quarta classe ele foi-se embora do bairro. Passado 40 anos não sei nada dele, gostaria de um dia o reencontrar novamente.

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